quarta-feira, 27 de agosto de 2014

EM PANCAS: APOSENTADA PASSA MAL, NÃO É SOCORRIDA E MORRE

VIRGÍLIO BRAGA                                                                                                                         Fotos: Virgílio Braga


Senhor Geraldo é consolado por uma amiga
Maria Deolinda da Silva, de 65 anos

A aposentada Maria Deolinda da Silva, de 65 anos, passou mal em sua residência, aguardou o socorro, que não veio, e faleceu. O fato aconteceu na última segunda-feira (25), na Rua Crisoberilo, bairro Vila Nova (lugar conhecido como “rua da lama”). Segundo relatos de testemunhas, a idosa passou mal por volta das 11h00, sendo que seu companheiro, o aposentado Geraldo Pereira da Silva, de 72 anos, foi pedir socorro a vizinhos. Os dois viveram juntos por cerca de trinta anos. Após pedir socorro a vizinhos, segundo relatos, alguém ligou para Hospital de Pancas, pedindo que mandasse uma ambulância para resgatar Maria Deolinda. Ainda de acordo com um vizinho da aposentada, que fez a ligação ao hospital, alguém que atendeu ao telefone do hospital disse que a ambulância do hospital estava no conserto e que a da Prefeitura de Pancas, que estava substituindo a quebrada, estava em Colatina. Após aguardar por vários minutos o socorro, a idosa faleceu em cima de um sofá de sua residência. A causa de morte de Marida Deolinda a princípio seria infarto. Após ser informada por populares, a reportagem do O Mestre foi à residência da falecida e, a indignação e comoção eram enormes, diante da eventual omissão de socorro. O corpo da aposentada só foi retirado por volta das 14h00, e levado para uma funerária. Segundo relatos, ela aguardou socorro por cerca de 40 minutos. Nenhuma ambulância veio resgatá-la. Já seu companheiro, chorava muito ao lado do corpo da idosa. “Agora vou ficar sem ela. É muito triste”, desabafou o aposentado. O casal de idosos vivia numa situação desumana. A residência estava toda suja e com um forte odor. A reportagem procurou o diretor do Hospital do município, Sebastião Cardoso de Campos e também o secretário municipal de Saúde, Márcio Marques dos Reis, para repercutir o caso e ouvir suas versões. Questionado pela reportagem, Sebastião afirmou que a obrigatoriedade em fazer os resgates é do município. O que foi confirmado pelo secretário de Saúde, Márcio Marques dos Reis.  A reportagem também questionou o secretário, o porquê que a sua secretaria não fez o resgate. Márcio respondeu que o hospital não fez o comunicado. Ele só ficou sabendo depois que a aposentada já estava morta. O secretário afirmou ainda que quando soube que a ambulância do hospital tinha ida à manutenção no domingo (24), ele providenciou imediatamente, outra ambulância para substituí-la. Essa ambulância veio do distrito de Laginha.


SECRETÁRIO AFIRMA QUE COLOCARÁ SERVIÇO DE RESGATE EM PANCAS

O secretário municipal de Saúde, Márcio Marques dos Reis, afirmou para a reportagem do jornal O Mestre, na última terça-feira (26), que colocará em breve em Pancas, um serviço de resgate para agilizar o socorro para quem assim necessitar. Segundo Márcio, serão compradas, em breve, três ambulâncias, onde uma ficará somente para fazer esses regastes. “A ambulância ficará próxima à Secretaria de Saúde, onde será disponibilizada uma linha de contato para à população acionar o resgate”. O secretário ainda afirmou que até o fim do ano (fim de 2014), tudo isso estará funcionando. Na última sessão ordinária da Câmara Municipal, os vereadores aprovaram o dinheiro para a compra dessas ambulâncias. Márcio também disse que em breve, Pancas ganhará uma ambulância, tipo UTI Móvel idêntica a que o município de Alto Rio Novo recebeu recentemente, do governo do estado. (Reportagem publicada no dia 27/08/14)



POLÍCIA CIVIL INVESTIGA O CASO

A Polícia Civil investiga o caso, onde a aposentada Maria Deolinda da Silva, de 65 anos, aguardou o socorro em sua residência, sendo que a mesma não foi socorrida e faleceu em seu lar. As investigações serão comandadas pelo delegado de Pancas, Alto Rio Novo e Mantenópolis, André Jaretta Ardison. O caso foi registrado no mesmo dia da morte da aposentada, ou seja, 25 de agosto. 

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