quarta-feira, 11 de novembro de 2015

DEPUTADOS REALIZAM AUDIÊNCIA PARA DISCUTIR SITUAÇÃO DE ACIDENTE DA SAMARCO


WAGNER BOURGUIGNON-ALES
 
Comissão representativa da Assembleia Legislativa (Ales) realizou audiência pública na tarde desta terça-feira (10), para tratar dos impactos ambientais causados pela lama proveniente do rompimento de duas barragens da mineradora Samarco na cidade de Mariana, Minas Gerais. A lama de rejeitos está se aproximando do Espírito Santo através do Rio Doce e deverá atingir as cidades de Baixo Guandu, Colatina e Linhares. 

Prefeitos da região cobraram providências com relação ao abastecimento da água tratada e ações da empresa Samarco Mineração, para minimizar os problemas causados pelo rompimento das barragens.

Participaram do encontro o presidente da Assembleia, deputado Theodorico Ferraço (DEM), e os deputados Almir Vieira (PRP), Josias Da Vitória (PDT), Dary Pagung (PRP), Edson Magalhães (PMDB), Eliana Dadalto (PTC), Erick Musso (PP), Janete de Sá (PMN) Luzia Toledo (PMDB), Nunes (PT), Raquel Lessa (SD) e Rodrigo Coelho (PT); o secretário de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, João Coser; o prefeito de Colatina, Leonardo Deptulski (PT); o prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros (PCdoB); além de vereadores e representantes da Defesa Civil. 

O prefeito Leonardo Depultski, falou das ações que estão sendo desenvolvidas para que a população não sinta diretamente os impactos da tragédia ocorrida em Minas Gerais.

“Inicialmente nós estamos realizando uma mobilização na sociedade, para que possamos dar todos os passos necessários para cuidar da população com o abastecimento de água. Traçamos uma estratégia com 10 carros-pipa de água tratada cedida pela prefeitura de Linhares e mais 40 cedidos pela Samarco, para captar água bruta para tratar e distribuir para a população fazendo com que a água chegue a toda a região”, explicou.

Já o prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros, cobrou providências dos órgãos ambientais do Estado, punição aos responsáveis pela tragédia e pediu que o caso ocorrido não caísse no esquecimento das autoridades.

“Não se fala em crime ambiental, em responsabilizar os responsáveis pela tragédia. É preciso que não deixamos esse caso entrar no rol dos casos que entraram no esquecimento no Brasil. Baixo Guandu não vai descansar, nós vamos lutar pelos direitos da nossa população e vamos exigir que os responsáveis sejam punidos”, prometeu.

“Por onde essa onda de rejeitos passa ela deixa problemas. Nas cidades onde ela já passou sabemos que a população ficará aproximadamente 30 dias sem abastecimento de água. A nossa flora, fauna e os pescadores dependem do Rio Doce. E agora? Quem pagará o preço?”, questionou Barros, criticando a empresa Samarco, que segundo ele foi “a última a aparecer” pois não tinham um plano de contingência para catástrofe. 

O secretário de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, João Coser, falou das ações que serão tomadas pelo governador Paulo Hartung (PMDB), na região. “Vamos acompanhar e analisar a água assim que ela chegar. Contratamos laboratórios para análise das águas. Caso detectamos algum problema na água, nós vamos cortar o abastecimento até que a água possa ser usada normalmente”, pontuou.  

O deputado Josias Da Vitória, presidente da comissão representativa da Ales, espera que o impacto seja menor do que o esperado.

“Fizemos um sobrevoo na região, e mesmo sem perceber o mar de lama, vimos alterações na cor da água, que já está avermelhada, principalmente em Colatina. As barragens de Aimorés e Mascarenhas estão com as comportas abertas para liberar água e reservar espaços para os rejeitos e é possível notar a elevação do nível do Rio. Esperamos que o impacto seja em menor proporção do que foi noticiado”, afirmou o pedetista. Da Vitória disse ainda que o colegiado vai convocar a diretoria da Samarco para que eles possam apresentar as ações que serão implantadas no Estado. 

O ACIDENTE

O acidente ambiental foi causado pelo rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco, na tarde da última quinta-feira (05). Segundo o diretor-presidente da empresa, Ricardo Vescovi, romperam-se as barragens de Fundão e Santarém, na unidade industrial de Germano, localizada entre os municípios de Mariana e Ouro Preto, a cerca de 100 km de Belo Horizonte. 

O primeiro local atingido pela lama foi o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. O saldo da tragédia até o momento é de seis mortos confirmados e 21 desaparecidos.
 FOTO: WAGNER BOURGUIGNON
Deputados estaduais em audiência pública, realizada ontem (10), no plenário da Câmara de Vereadores de Colatina
 al.es.gov.br

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